Foto: Cristiane Cunha

Os trabalhadores da Avibras decidiram em assembleia realizada nessa terça-feira (29), qual será a pauta de reivindicações a ser apresentada para o provável novo proprietário da empresa. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e o representante do investidor irão se reunir no dia 8 de novembro. A venda da Avibras colocaria fim a mais de dois anos de crise na maior indústria bélica do país.

Em comunicado enviado na segunda-feira (28) aos funcionários, a Avibras anunciou que assinou um acordo para venda do controle da empresa a um investidor brasileiro. O nome ainda não foi divulgado, o que demonstra falta de transparência por parte da Avibras.  A conclusão da transação dependerá do “cumprimento de condicionantes”.

No processo de recuperação judicial, protocolado em 18 de março de 2022, ainda não consta o contrato de compra pelo investidor citado pela Avibras.

Para encerrar a greve, os trabalhadores definiram na assembleia cinco exigências:

pagamento de todos os salários na íntegra, incluindo as multas;

volta imediata do plano de saúde para todos os funcionários;

garantia de permanência por no mínimo 10 anos na região, em compromisso a ser assinado com os governos federal, estadual e municipal, Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Ministério Público Federal;  

divulgação dos valores devidos para cada trabalhador, incluindo salários e multas;

estabilidade no emprego por um ano para os atuais trabalhadores.

A dívida trabalhista extraconcursal (adquirida durante a recuperação judicial) da Avibras é de cerca de R$ 327 milhões. Em 2022, quando começou o processo de recuperação, a empresa possuía cerca de 1.400 funcionários. Hoje são 924, que estão em greve desde 19 de setembro de 2022, em razão da falta de pagamentos de salários – atrasos que já se acumulam há 19 meses. Esses trabalhadores também estão sem plano de saúde, FGTS e pagamento do INSS.

“O Sindicato continua defendendo a estatização da Avibras, sob controle dos trabalhadores, mas diante do atual cenário, com possibilidades de venda para o capital estrangeiro, a venda para uma empresa nacional ofereceria menos risco para a soberania do país. Mas seja quem for o investidor, exigimos que todas as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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